A vida nua e crua, por meio do pincel do filósofo Um livro realmente muito bom, o "A Queda", adorei a escrita, a construção da narrativa, a divisão dos capítulos etc. A trajetória do escritor Gregório e demais personagens que gravitam entorno deste vai aos poucos sendo pincelada em uma tela como um quadro em construção, e a cada passo temos novas partes da trama surgindo. E em alguns momentos somos surpreendidos com um soco no estômago, em outras com um afago ou ainda um com a sensação de estarmos em uma bicicleta sem freio em descendo uma ladeira íngreme. Enfim uma das melhores leituras certamente. Me identifiquei com muitas coisas e parei muitos momentos para refletir. Uma das coisas que mais me ligou a história foi o fato de se passar na cidade onde nasci e vivo, conheço todos os lugares citados, frequentei os cinemas, parques, livrarias, ruas, enfim toda essa atmosfera tem um pouco das minhas memórias afetivas, o autor trabalhou as descrições de forma muito bem construída também. Ao terminar a leitura tenho em mãos um livro repleto de post it, muitas anotações, impressões, reflexões e pontos para reler. Indico demais esse livro que vale a pena mencionar, tem como palco na maior parte do tempo a minha querida Belo Horizonte.
Diego Almeida - Belo Horizonte - MG.
O livro “Tolerância”, de Marcelo Pereira Rodrigues, um romance que narra a ida de um brasileiro do interior de Minas para Portugal, onde arruma emprego de garçom e revela-se um escritor de primeiríssima qualidade que faz sucesso no mundo inteiro. Mas o sucesso, justamente por tratar de tolerância, custa-lhe o ódio de intolerantes que são perigosos. Matam! Para fazer um romance mais realista, o seu personagem Luís Francisco Pessoa vai ao Congo, e a estada lá é, para mim, a parte mais interessante do livro. Não vou espichar o assunto para não acabar contando o enredo todo. Mas é a partir do livro sobre o Congo, que dá mais sucesso e muito dinheiro ao escritor-personagem que a coisa complica para ele. É narrando as belezas da cultura árabe e da religião muçulmana, falando de tolerância mesmo, que ele se torna alvo de fanáticos que transformam a religião num instrumento de ódio (eita, como lembra uns brasileiros) e, contraditoriamente, também da extrema-direita europeia que odeia muçulmanos e identificam Pessoa como amigo deles. Acho que tem alguns exageros, mas que autor não tem? Um deles é no contato com muçulmanos dos Emirados Árabes Unidos, em que eles não falam uma frase sem citar Alá. Não sei se ele passou por essa experiência. Eu convivi com muçulmanos xiitas em Brasília e eles não eram assim, não me lembro de falarem de Alá dessa maneira. E faço um parêntese aqui: uma das pessoas mais generosas que conheci era um desses xiitas. Nada do fanatismo extremista que muitos atribuem aos xiitas. Outro exagero tem a ver com a sua escrita usando muito do português de Portugal. Achei legal ele chamar de telemóvel o que os brasileiros chamam de celular, crianças de miúdos, goleiro de guarda redes e conversa descompromissada de charla. Mas – o exagero está nisso – “fiz ver a ela...” é uma expressão usada com muita frequência, o que me incomodou um pouco. Cheguei a pensar em brincar com ele, propondo fazer duas edições simultâneas: uma em português do Brasil e outra em português de Portugal. O romance tem sexo (o que incomodou os moralistas religiosos), amizades sinceras, amores e muitas viagens, além de relatar um sucesso editorial de escritor iniciante incomum. Sucesso também econômico, o que é mais raro, embora na Europa e na América do Norte isso seja possível. Lembrei-me do baiano Itamar Vieira Junior, sucesso absoluto de um autor novo aqui. Mas grana, não sei se ele ganhou tanto. Fora o sucesso com o livro sobre o Congo, o autor-personagem publicou outros igualmente bem-sucedidos. Não vou tratar disso aqui. O certo é que vale muito como reflexão sobre estes tempos terríveis que espero não piorarem. Que a intolerância perca sua força (o que é difícil com as redes sociais sendo usada com muita competência pelos intolerantes) e a boa convivência entre os diferentes deixe de ser um sonho para tornar-se realidade. Resumindo, gostei do livro. Se tenho divergências com algumas coisas dele? Sim, tenho. Mas tenho também muitas concordâncias. E não estou do lado de quem só aceita quem pensa igual a mim.
Mouzar Benedito – São Paulo – SP.
Marcelo, meu amigo, "Devorei" o seu último romance, Tolerância. Merecido é o sucesso que vem alcançando. Você criou um protagonista simples, inteligente, cultíssimo, humano e consegue prender o leitor com uma escrita ágil sobre temas profundos, retratando um escritor que, inesperadamente, se vê sob os holofotes do sucesso. Com profundo conhecimento geográfico, narra as passagens de Pessoa por vários países, debate assuntos delicados e atuais, valoriza a amizade sincera e desinteressada, exalta amores, paixões e brinda o leitor com excelentes citações literárias. Admiráveis os diálogos de Pessoa com Chiquita, no Congo, citando Balzac e Tolstói. Um crime e um final apreensivo e angustiante, confirmando que, com Tolerância, você merece todo o nosso aplauso. Destaco, ainda, a instigante capa criada por Weber Dornelas e a beleza das fotos dos capítulos, em especial a do Capítulo 1, da Parte 2. Parabéns! Um grande abraço da amiga e fiel leitora,
Elizabete Rodrigues Pereira Chaves – Belo Horizonte – MG.
Da agência literária, veio o convite para fazer a resenha crítica de "Tolerância". À princípio, admito, senti-me um tanto atordoado, diante de tal tarefa. Afinal, apesar de minhas ganas de escritor, creio não ter cacife para tanto. Não nego que sempre tive vocação para às letras, mas esta é uma responsabilidade tremenda. Apesar de mera opinião, uma crítica tem o poder de influenciar centenas, senão milhares de pessoas que a lerem. E antes de começar o trabalho de leitura da obra, tive um grande receio: e se o livro não for bom? Não teria outra opção senão revelar a verdade nestas linhas. Mas a preocupação foi totalmente desnecessária, pois, de uma sentada só, li mais da metade do livro "Tolerância", de Marcelo Pereira Rodrigues. É um enredo cativante que, através de uma prosa simples e poética, nos apresenta à Pessoa, um expatriado brasileiro em terras lusitanas, que incialmente ganha a vida primeiro como copeiro, depois como garçom de um pequeno restaurante em Lisboa. É lá que o sujeito se vê acolhido, mais até que em sua terra natal, e tem o despertar da sua veia literária, que lhe abre as portas de um mundo que, até então, ele achava impossível de adentrar, conhecendo pessoas interessantes, como Seu Adolfo, Antônio, Michel, Almerinda, Norma, Rachida, dentre muitos outros personagens memoráveis, e assim, ele começa, de fato, a viver. E, com isso, somos brindados não só com a evolução de Pessoa como autor, mas também como ser humano, como quando ele se dá conta das crianças que, no Congo, mineram o lítio utilizado na bateria da maioria dos celulares da atualidade e isso o leva a uma profunda reflexão sobre o mundo em que vivemos, no qual possuímos bens materiais, como os smartphones, mas não imaginamos, ou nos forçamos a não pensar, no modo e nos sacrifícios que tiveram de ocorrer para que deles pudéssemos desfrutar. Tal ambiguidade passa a permear suas obras de tal maneira que ele é jogado à força sob os holofotes, por defender não só a liberdade de expressão, como também a aceitação das diferenças culturais, principalmente aquelas entre Ocidente e Oriente. Em suma, vale a leitura. Ler "Tolerância" é se perder em suas páginas, viajando meio mundo no processo, e aprendendo a olhar a vida sob a perspectiva do outro.
Ígor Castanheira Santos - Conselheiro Lafaiete - MG.
Marcelo, Estou devendo a você um review sobre seu livro “A Queda”, inclusive devo dizer que já o recomendei a um leitor, primo de uma amiga minha, e tenho certeza que ele vai adorar o livro. Confesso que demorei a pensar no que dizer sobre o livro (apesar de ter gostado, e muito!), e depois de tanta correria eu me lembrei do que queria dizer. Você disse em um dos vídeos do YouTube que foi difícil lançar o livro pela questão dos personagens, de como eles eram bastante parecidos com gente comum do dia a dia, etc. E realmente, deu para perceber o quão difícil deve ter sido. Eu penso também, não se se comentei, que se trata daquela questão enfrentada pelo Miguel Falabella quando foi criticado pelos personagens que criou na série “Pé na Cova”. Mas o que queria dizer é que eu tive a sensação de que após a morte de Carla, você acelerou os acontecimentos do enredo para chegar em um desfecho depressa. Ou você ficou meio perdido sem conseguir pensar em um final, ou no caso, só conseguia pensar naquele final mesmo para Gregório? Meu tio, que escreveu alguns livros, dizia que a deveríamos sempre pensar no final da história para só depois pensar no início. Eu só leio, não escrevo, então eu não saberia dizer se meu tio tem razão. Mas gostei do desfecho da trama de alguns personagens. Muita inveja de Carla que conseguiu roubar um beijo de seu professor. Depois fiquei pensando, quando vi Gregório angustiado, segurando o livro de Nietzsche, sobre a ausência de Carla. Fiquei pensativa. Eu adorei o “Perfume de Mulher”, todos os capítulos, sem exceção. Fiquei comovida com o sentimento que expressa em relação à sua mãe. Espero, assim que conseguir desacelerar minha rotina, seguir com a leitura de suas outras publicações.
Ludmila Andrade – Belo Horizonte – MG.
Não poderia deixar de tecer alguns comentários a respeito do seu último livro publicado, "O Dia de Folga". Mais uma vez, fui surpreendida com o fato de você ser tão profundo na narrativa de seus contos. Você conduz o leitor pelos questionamentos dos seus personagens, a viver com eles os seus dramas, participar de suas alegrias e tristezas, colocando-os ao alcance de nossas mãos, como se participando, ao vivo, de cada página. Sofremos com o Tulinho morrendo nos braços de M. ("Faculdade"), admiramos e aplaudimos Conceição ao enfrentar o patrão para socorrer o menino Marcelo ("A doméstica") e, principalmente, pensando: "Ainda bem que o Tião desfrutou de um dia de folga antes de partir" ("O Dia de Folga"). Não querendo me alongar demais, despeço-me, parabenizando-o pelo merecido sucesso. Sua sempre admiradora,
Efigênia Rodrigues - Conselheiro Lafaiete - MG.
A escrita de Marcelo Pereira Rodrigues atinge uma maturidade airosa no seu mais recente livro de contos, "O Dia de Folga". Um trabalho que mistura ficção com realidade, tendo o cenário das Minas Gerais, no Brasil, como principal pano de fundo principal. O folhear de cada página transmite-nos a sensação de que Marcelo está ao nosso lado a contar-nos as histórias. Um bate-papo - expressão sempre engraçada - ligeiro, mas fundamentalmente humano. Qualidades que emergem porque o autor brasileiro narra com carinho as vivências das personagens e preocupa-se genuinamente com os desfechos das mesmas. É, assim, uma leitura aprazível, com destaque para os contos "A doida" e "A doméstica", nos quais a carga emocional está bastante patente. O que apenas acontece porque existe um trabalho sucinto, mas declarativo do contexto de cada conto. O suficiente para nos envolver. Cronista e romancista há 20 anos, Marcelo está de parabéns por ter editado mais uma aventura bem-sucedida. Não posso deixar de recomendar o livro a todos os interessados a relaxar ao som dos seus retratos existenciais, palavra a palavra. Espero que o seu dia tenha sido de folga!
Bernardo Freire - Aveiro - Portugal.
Recebi, li e gostei, gostei demais de O Dia de Folga. Excelente, de fácil leitura, com você, de uma forma leve, mas conteúdo bastante existencialista "passeando" por temas que permitem ao leitor ter o seu próprio dia de folga. Da atitude despretensiosa de Sebastião ao tirar o seu dia de folga e tumultuar a rotina da vizinhança, à delicadeza de Faculdade, passando pela melancolia de Perenal (o rangido do carro de boi soava ao filho como a sentença da miséria na qual havia caído a família), de uma forma bastante envolvente você vai enredando o leitor de tal forma que se torna difícil interromper a leitura. De temas aparentemente banais, em todas as histórias você consegue dar o recado de que, sim, é possível realizar sonhos e superar as dificuldades que a vida nos apresenta fechando, bem ao seu magistral estilo com a Palestra. Neste último título, você começa com o escritor, então desconhecido, conversando sobre Sartre com uma garçonete e o termina com ele também conversando com um garçom sobre Sartre, porém, num café em Paris, comprovando o seu sucesso internacional. E para envolver um pouquinho mais o leitor, os dois encontros, Sartre e chuvas torrenciais. Brilhante! Parabéns, Marcelo! O Dia de Folga já é uma publicação de garantido (e merecido) sucesso. Com as minhas desculpas por não ter resistido a tecer meus pequenos comentários, receba o abraço da sua amiga e fiel leitora,
Elizabete Rodrigues Pereira Chaves – Belo Horizonte - MG.
Devorei O dia de folga, novo livro do Marcelo Pereira Rodrigues. Ele se sai bom com contos. Alguns têm o ritmo de crônicas. Quando envereda pelas memórias da infância, fica muito agradável de se ler. A Consulta, A Doméstica e Faculdade foram as que mais gostei. Os contos trazem situações cotidianas que certamente já vivenciamos, fala de pessoas com as quais já cruzamos nalgum momento, tudo narrado de forma direta, do jeitinho da boa prosa mineira.
Raphael Cerqueira da Silva – Visconde de Rio Branco - MG.
Primeiramente, queria dizer que seu título, “Corda sobre o abismo” é uma ótima escolha. Li algumas partes do seu texto e gostei muito da sua proposta. No primeiro capítulo já é apresentado Denizard, professor de filosofia de uma grande universidade que vive certo dilema ao pensar no que havia se transformado, um pequeno burguês que faz comentários sobre tudo, cercado por alunos burgueses e um tantos burros. Denizard tem uma visão pessimista do mundo, sua relação com o amigo Paulo Sérgio e a namorada Salete. Em certo sentido, Denizard representa aquele intelectual bastante arrogante com uma visão estereotipada e que se acredita superior ao resto da humanidade, o que é muito comum nos ambientes universitários, nesse mundo acadêmico que conheço bem de perto. Gostei muito do diálogo que você faz com a filosofia e a literatura no seu texto, além da metaliteratura que traz um autor buscando publicar seu livro nesse selvagem mercado editorial. No capítulo 3, Denizard acaba descobrindo outro mundo quando conhece seu vizinho de quitinete, alguém que não era do mundo acadêmico, no entanto, alguém intelectual que conhecia filosofia, quebra um pouco do seu preconceito de intelectual burguês que acha que todo mundo deveria gostar das coisas que ele gosta, saber das coisas que sabe. Não sei como a história se desenrolará ao longo do livro, mas nessa rápida leitura, já percebi seu estilo de narração, um estilo que usa de uma linguagem bastante clara, moderna, um ritmo célere e agradável, uma narrativa poética de estilos variados. O fato é que achei muito bom o seu jeito de narrar, sabe bem como abordar os temas, elaborar a trama, construir os personagens e ambientes, além das reflexões críticas do narrador sobre o mundo no seu texto. Sabe como encaminhar a história, estruturando a narrativa de modo a prender o leitor na trama que vai desvelando.
Claudecir Rocha – Curitiba - PR
Crítica ao livro A Queda
O livro A Queda (MPR Edições, 2017), de Marcelo Pereira Rodrigues, incorpora referências "losó"cas importantes no enredo, inserindo personagens comuns numa verdadeira carpintariana estrutura do romance.
A narrativa, de 362 páginas, é densa e plural, num existencialismo aflorado, com a narrativa trabalhando em cima de microensaios sobre um ou outro escritor de renome, como uma obra cult que valoriza a filosofia, acima de todas as coisas.
Manoela Ferrari – Jornal das Letras – Rio de Janeiro – RJ.
Assunto: Sobre o livro O Filósofo Idiota: o livro proibido na UFSJ
Olá Grande Marcelo, aquele abraço. Terminei a leitura do livro O Filósofo Idiota: o livro proibido na UFSJ. Gostei demais! Este é o melhor livro que você já escreveu, talvez por versar sobre um assunto (Filosofia) que você domina muito bem e é um profundo conhecedor, um verdadeiro filósofo.
A história é mirabolante, o personagem muito bem construído, cheio de nuances cômicas. A sua pureza é algo assaz, inacreditável que dentro de sua quase santidade era um filósofo. O "Idiota" era o seu "Ego", pois quando necessitava de seus conhecimentos ultrapassavam a sua personalidade (alter ego) e ele mostrava uma outra mais firme e agressiva, haja vista a sua militância estudantil.
As duas fases do livro foram muito bem elaboradas, tanto a passagem pela Faculdade, quanto a sua reclusão no campo, no interior, no seu sítio. Para finalizar me senti envolvido na vida do "supimpa" Arioswaldo com W, não só pela maneira como foi descrita a sua aventura (ou desventura), mas também pelo conhecimento dos locais onde se passaram os acontecimentos. Parabéns!
Jair Filho – Conselheiro Lafaiete – MG
Crítica - Primeiro Livro, Primeiras Provocações
Fernando Barros de Assis
Muito Humano Demais (1ª edição de 2002; 2ª edição recente, editora Jaguatirica) é o primeiro livro escrito por Marcelo Pereira Rodrigues (MPR) e sentimos desde o início o que viria a ser os sinais ou as provocações que marcam as outras obras do escritor. Sinais esses que nos levam à reflexão, à intimidação e a realidade dos fatos. Realidade escancarada e sincera que nos faz perceber alguns fatos da vida que nos rodeiam sem nos darmos conta. Provocações que nos levam a pensar na dureza do nosso comportamento e na essência da vida.
Em Muito Humano Demais notamos que o livro é dividido em temas começando com “Reminiscências”, passando para “Filosofia”, logo depois “Críticas Sociais”, “Sátiras”, “Sentimentos”, “Intimismo Sobre a Vida e a Morte”, “Música”, “Poesia” e em cada tema abordado existem as crônicas correspondentes. As crônicas que nos fazem sentir com capacidade de diferenciar, opinar e rever os conceitos e os valores do nosso lado humano, do nosso lado comportamental, como é o caso de Câmbio Negro, em que o autor fica pensativo em relação à doação de órgãos, quando o que está em jogo é a mudança que devemos fazer nas relações que temos com a vida e o próximo.
Existem outras crônicas que nos fazem pensar, ironizar e encafifar. Sim, encafifar ao ler Autoajuda que nos leva mais uma vez a analisar sobre a falsa intenção que damos “a alguns falsários, propagadores e divulgadores de ‘aquisição de felicidade’” como se a felicidade fosse sempre indicada por outra pessoa com poderes sobrenaturais de suavizar nossas dores e encafifar da mesma maneira em Independência De Quê? quando percebemos que estamos mais aprisionados do que nunca não só nas mãos dos usurpadores do poder, mas na realidade de um país empobrecido pela falta de organização e sobriedade.
Em todas as crônicas que compõem o livro de MPR nenhuma fica fora do nosso convívio seja com a morte, com a saudade, com o nosso vazio existencial, com as nossas imbecilidades e com a nossa própria alienação. Não se pode julgar o escritor quanto aos textos que ele escreve quando todos os seus textos são mensagens que nos dão a noção de filosofia, de vida, de paranoia, de intolerância, de consumismo e tantos outros temas que abordam o contexto da existência humana.
Se “MPR vendeu sua alma ao Diabo” eu não sei, mas que o seu livro Muito Humano Demais nos deixa nem que seja um pouco mais críticos construtivos e analistas dos nossos sentimentos a tudo aquilo que nos rodeia, certamente disso eu sei de sobra. O livro nos conduz a um pensamento mais abrangente, a uma reflexão profunda que muitas vezes deixamos passar em branco ao nos acomodarmos com todas as mazelas que nos rodeiam, seja na área da Educação, seja na área Política. Há que deixar bem claro que a obra nos conduz também a laços de intimidades afetivas e sociais, sem deixar de mencionar a transparência e o apelo à nossa realidade no texto O Vendedor De Chicletes ao constatarmos que o menino vendedor de chiclete não é a cara do Brasil, mas é o próprio Brasil. Que este texto fique gravado em nossa mente para que possamos um dia solucionar a situação do trabalho infantil.
Algumas crônicas me fizeram constatar que estamos cegos diante de alguns temas que nos propõe uma melhora no nosso modo de pensar e que estamos ao mesmo tempo de olhos bem abertos diante de alguns assuntos que não conseguimos encarar, simplesmente por estarmos intoxicados em “errarmos por omissão e nunca por ação”.
Convém registrar aqui que não se pode terminar de ler o livro sem sentir que alguma coisa ficou estigmatizada dentro de nós. Nós que talvez ou com certeza não sejamos “muito humanos demais”.
Crítica ao livro O Filósofo Idiota
O Filósofo Idiota: excelente obra! Já Corda sobre o abismo: li e recomendo. É um livro envolvente, desperta a curiosidade, não sentia vontade de interromper a leitura... Muito bom!
Cristina Mara Moreira – Alto Rio Doce – MG.
Crítica ao livro Corda Sobre o Abismo
Verdadeiramente funciona como uma corda estendida sobre o abismo em que muita gente se encontra prestes a cair, semelhante a única alternativa de salvamento para o pensamento humano, que a burrice extirpou, transformando muitos em mulas do sistema. A burrice generalizada me entorpece a alma e no recôndito de mim mesmo, deserto do Saara em cuja imensidão espiritual tento a todo custo estancar a sede em oásis imaginários, delirando e me arrastando sob o sol abrasador neste deserto seco e rachado ao qual meus pais nomearam Isaac, me sinto como se fosse um fantasma assombrando a humanidade, causo arrepios pela estranheza do meu ser, cuja presença tétrica causa pavor e calafrios nos seres humanos a minha volta. Seres humanos? Seres que não pensam não são seres humanos, são máquinas controladas, remotamente controladas, sem opinião própria, turba de autômatos. Se assemelham ao personagem criado metaforicamente no livro de Antoine de Saint-Exupéry, escritor francês, intitulado O Pequeno Príncipe, que era um ser vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão contas. E que durante o dia inteiro repete, como tu e como a maioria das pessoas, principalmente os jovens, manietados e sem voz, idiotizados pelo sistema, pela ciência e pela indústria musical: “Eu sou um homem sério e inteligente ! Eu sou um homem sério e inteligente! E isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem, é um cogumelo!” Hoje a maioria é semelhante ao cogumelo, não pensa, não contesta, só obedece e segue rumo ao matadouro da ciência, da internet, do celular, do quedar-se diante do sistema que idiotiza as mentes. O que mais me espanta é o fato de a juventude trilhar trôpega pelas veredas da estagnação, da hibernação mental, sem rumo, sem futuro, sem cultura, obedecendo, se calando, aceitando imposições. Universitários que dantes empunhavam armas em guerrilhas sem glória, saíam às ruas apanhando da polícia e do Exército, sendo torturados nos porões da ditadura, clamando por atenção e liberdade e exigindo direitos, hoje se calam seduzidos pela mídia e pela tecnologia, elegeram como pano de fundo para suas festinhas e encontros e manifestações, a música sertaneja, o funk escroto e ritmos que endossam a idiotice generalizada, epidemia planejada pelo poder. Nossas beldades femininas (ninfetas) de Nabokov, atiram-se de corpo e alma no abismo da indecência moral e carnal. Muita bunda e pouco cérebro. Ninguém mais discute seriamente coisas inteligentes. Só falam merda. Filhinhos de papai, mauricinhos e patricinhas de shopping centers. Os mesmos cabelos, os mesmos tênis de marca, as mesmas roupas de grife, os mesmos gostos musicais. Essas porras falam de novela das nove, reality shows, enviam mensagens de textos de cinco em cinco minutos, não se desconectam das redes sociais por merda nenhuma, só falam abobrinhas. E no Facebook (faceburro) é um tal de “Oba, oba, hoje é sexta-feira! (dia de trepar com qualquer imbecil, de beber e de se drogar, de fumar e de ouvir porcarias musicais nas baladas, dia de jogar conversa fora, dia de não pensar e de se adensar na burrice enraizada e apoiada pelo sistema saprófago), Argh, hoje é segunda-feira!” Uma idiotice medonha. Sou obrigado a parafrasear Sartre: “Olho para as pessoas e não percebo nenhum sinal de inteligência.” Tenho medo, pânico de continuar vivendo neste mundo de gente-robô. Mulas do sistema. Todas estas ideias contidas no livro Corda Sobre o Abismo.
Isaac Soares de Souza - escritor e compositor – São Carlos – SP.
Li avidamente o último livro publicado pelo Marcelo, A Queda e adorei! Não emergi daquela leitura a mesma pessoa de quando nela mergulhei. E, quando digo mergulhei é que, enquanto lia, o livro continuava comigo, mesmo no intervalo entre os momentos de leitura, isso porque vinham-me à mente os personagens a toda hora. E digo isso tudo, porque a leitura de A Queda me despertou uma curiosidade para explorar o campo da Filosofia. Tive contato com este universo durante a faculdade de Direito e agora quero retomar como a mais reles das iniciantes. Portando, agradeço e mais uma vez elogio Marcelo pelo belo trabalho.
Maria Isabel Lana Dias Faria Campos – Conselheiro Lafaiete - MG.
O livro A Queda é bem profundo e nos traz grandes questionamentos em vários aspectos. O autor traz um enredo que aparentemente pode parecer enfadonho, afinal, nem todos estão preparados para ler sobre Filosofia e seus pensadores, entretanto, com uma linguagem de fácil entendimento e uma trama bem escrita através de personagens diversificados que poderiam (e devem ser) reais, traz um romance (não de romantismo e conquista, embora também tenha em uma pequena parte dele) atual e totalmente crível, com situações cotidianas, onde o leitor consegue se identificar em vários momentos de alguma forma.O autor aborda temas importantes e que devem ser discutidos como: diversidade sexual e religiosa, suicídio, relacionamento, objetivo de vida, o que é a felicidade, o sentido de se fazer o que se quer fazer, o vício dos relacionamentos virtuais, corrupção, vício em jogos e vários outros temas mais abrangentes e contemporâneos.Traz indicações de livros (inclusive os dele, o que achei o máximo), músicas, pensadores e os significados de suas premissas existenciais,clássicos pensadores e suas teorias, o que torna o livro muito instrutivo e mostra o quanto o autor usou de seus conhecimentos e pesquisas, para trazer uma obra primorosa e diversificada, ainda que mantenha um tom engraçado em alguns trechos e leves insinuações sexuais. Ou seja, é um livro bem abrangente em vários aspectos e bem profundo em outros. Talvez não esteja conseguindo traduzir em palavras o real sentido da escrita do autor, porque já sabem que tenho grande dificuldade em fazer resenha dos livros quando gosto muito. Digo apenas que é uma das melhores leituras feitas esse ano e que vai para a lista dos meus tops nacionais, que me dá grande orgulho, porque tenho descoberto grandes escritores e o autor é um deles.Leiam! Recomendo muito a leitura! Pelas citações (que foram muitas), podem ter uma noção do que encontrarão no livro.
Rudynalva Soares – João Pessoa – PB.
A obra escrita por Marcelo Pereira Rodrigues, “23 Horas, 59 Minutos:Reminiscências do que Está por vir” retrata a vida de um homem e como elelida com os seus conflitos. É uma narrativa centrada no personagem principal, focado sobretudo no ladopsicológico, marcado pelo tempo e pelo espaço. É um livro que faz reflexãosobre a solidão, onde muitas vezes cheias de memórias agradáveis de amoresnão vividos, de amigos e de emprego. Não trata de problemas familiares,induzindo o leitor que o personagem vive sozinho. Além de lembrar do seu passado Antonio, personagem principal, se preocupacom o meio social, apresentando o questionamento do estar-no-mundo: ... “seria ele um irresponsável ao não repartir o seu pão? Repartir com quem?” O autor, numa narrativa intimista, expõe os conflitos do indivíduo com amiséria humana, muitas vezes demonstrando impotência diante das mazelasque a vida apresenta. A leitura do livro torna-se interessante com a intertextualidade usada peloautor com citações de filmes, músicas e livros de filosofia: “Aqueles, que pensam se sou um amargurado sofredor shopenhaueriano, umparadoxo: sou muito feliz. Talvez imbuído do amor nietzscheano. A fórmula doamor fati não é matemática, mas é mais ou menos assim: “não querer nada dediferente do que, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade.Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo” (palavras de FriedrichNietzsche, na visão de Nicola Abbagnano.”... “Antonio aceitou o desafio. Lia Hüme, Locke, Kant, Marcuse”...” sobretudoaprendeu a visualizar a essência do ser humano na questão clínica.” Amor fati, expressão latina que significa “amor ao destino,” na filosofia deNietzsche, trata-se de aceitação integral da vida e do destino humano. O personagem Antonio, é diferenciado por um notável saber o que permitiauma reflexão ampla sobre o sentido da vida. Ele não era levado pelacomodidade, era capaz de compreender e avaliar o mundo e seus valores. Enfim, a obra possui linguagem muitas vezes poética e agradável aos olhosdo leitor. O desfecho é finalizado de maneira surpreendente e inteligente nadescrição dos detalhes dos acontecimentos finais.
Maria Aparecida Pereira de Souza - advogada e poeta – PresidentePrudente – SP.
Marcelo, Para te dizer que me desencontrei de novo com o entregador da Amazon mas consegui baixar pelo Kindle o seu livro "Muito Humano Demais" na versão digital e acabei de terminar a leitura. Ainda paralisada, só consigo te dar os parabéns mais vez e continuar minha reflexão para o resto dos últimos dias da minha vida. Sem palavras.
Rosimeire Silvano – San Izidro – Costa Rica.
Ao ensejo, hoje Vera estava comentando comigo o monólogo de Arioswaldo com a cabra, de seu livro "O Filósofo Idiota". Rimos muito, muito! Genial! Muita criatividade a sua!
Marcio Verdolin Hudson - escritor - Belo Horizonte - MG.
Crítica ao livro Pimenta, Sal & Alho, de MPR
Dirijo-me a você Marcelo Pereira Rodrigues com respeito, mas um tanto decepcionada com suas crônicas Os professores passam fome e Os professores passam fome ll devido à forma desrespeitosa e até desumana que você se dirigiu a todos os meus colegas de profissão. Acaso você tornou-se escritor milagrosamente ou foi porque no seu caminho, existiram professores e professoras que contribuíram para seu aprendizado? É lamentável abrir emocionada o livro de um brilhante aluno e deparar com uma crítica que fere a quem de forma quase esperançosa de formar seres humanos deparar com isso.
Rita Aparecida da Silva - Santana dos Montes – MG.
Crítica ao livro O Filósofo Idiota
Estou relendo mais uma vez o livro de Marcelo Pereira Rodrigues Pimenta, Sal & Alho por achá-lo um dos melhores do autor. Como os gostos diferem, acredito que muitos leitores talvez prefiram outras de suas obras. Eu mesmo muito me diverti lendo O Filósofo Idiota, contando a história de Arioswaldo (ele próprio?), sua passagem pela faculdade de filosofia, suas namoradas, sua reclusão no sítio, suas galinhas e a constante ingenuidade com relação às mulheres. Lembro-me do momento hilariante da briga das duas garotas na cozinha do seu sítio que acabou também envolvendo uma galinha que passava na hora. Arioswaldo se preocupou em salvar primeiro a galinha que, inadvertidamente, se metera na confusão.
Achei meio frustrante a passagem em que Arioswaldo, Clara e Ritinha vão dormir juntos na mesma cama e ele veste uma calça jeans apertada para se prevenir de sonhos eróticos, em vez de se libertar das roupas, estimulando suas parceiras a fazer o mesmo. O clima naquele momento era propício para iniciar uma noite de sexo a três, envolvente e emocionante. Afinal, nem só de filosofia vive o homem. O leitor que atinge aquele ponto fica predisposto a isso e, acredito, sente-se frustrado pelo puritanismo anacrônico de Arioswaldo.
Deixando de lado essas observações, reconheço que as obras de MPR, além de divertidas, contêm uma profundidade que extrapola o raciocínio dos leitores menos avisados. Portanto, vale frisar sobre seus escritos: não são livros para qualquer pessoa, mas para aquelas antenadas com a realidade e tendentes à reflexão.
Renê Gomes de Oliveira.
Crítica ao livro Corda Sobre o Abismo
Se eu fosse o personagem Denizard Dias, eu dava um tiro ou na cabeça ou no peito. Difícil situação em que se encontra o personagem vivendo em meio a pessoas ignorantes e com propósitos vazios. Aliás, o vazio e a futilidade fazem parte do populacho, mesmo que o populacho não saiba. O que seria melhor para o ego e a educação de uma pessoa que vive medianamente? Não vou perder tempo em responder.
Se eu fosse Denizard Dias eu comprava um pedaço de terra e ia viver no meio do mato com a sabedoria e os livros ao redor. Também não cabe a culpa ao personagem por não conseguir resistir ao meio em que existe. Tal meio que o deixa com os sentidos paralisados e a filosofia estancada. A cultura televisiva pobre o irrita, o seu programa na televisão não o completa e ele vai vivendo num ostracismo que o deixa enervado.
Se eu fosse Denizard Dias comeria a Salete de todas as formas para pagar e apagar a inutilidade da personagem. Salete não é burra, é cínica feito uma mula e leva o personagem a ser pai. Logo, o infeliz e inconformado Denizard que não tem pretensões nenhuma de ser genitor e tenta levar uma vida imaginativa, tanto que sonha com famosos escritores e filósofos. Talvez os seus sonhos sejam uma válvula de escape. Um modo que Denizard Dias escolheu para sair de uma sociedade inválida cheia de escrúpulos, críticas e o pior, uma sociedade imperdoável.
Se eu fosse Denizard Dias, talvez eu não comesse Salete de todas as formas como escrevi acima. Não, talvez eu fizesse dela não a portadora do meu sexo, mas fizesse dela a minha discípula. Faria com que ela se entusiasmasse com o mundo dos livros, e lesse e relesse o livro Germinal de Zola, então a tiraria do mundinho em que ela não vive, apenas se ajeita, se acostuma.
Se eu fosse Denizard Dias eu não iria devanear tanto. Devaneios demais causam manias, causam imperfeições e o pior, causam desentendimentos. É por causa de seus devaneios tão corretos que Denizard Dias se revela o alienado em vez de alienista. Certamente que o não inconformismo do personagem vem de seus devaneios...
Não, se eu fosse o personagem Denizard Dias eu não me mataria. Matar é um ato covarde. Também não viveria um mundo à parte. Viveria sim com todos os boçais e bêbados e viveria no meio das gentes da mais baixa escala do nosso convívio, assim quem sabe a loucura me faria o melhor de todos? Sim, a loucura como um bálsamo. Como um remédio para sair da realidade sinistra e cair na fantasia recheada de pessoas cultas e nobres em seus sentimentos e posturas.
Ah, não. Ser o Denizard do parágrafo acima daria muito trabalho. O melhor de fato seria pegar um revólver e dar um tiro nos miolos ou bem no meio do peito. Se Denizard morresse no romance desse jeito seria mais sensato. Dando um fim em sua vida de corda sobre o abismo ele deixaria de ser pai (a imaginação do autor foi má quando colocou o personagem sendo pai. Isso era só o que faltava para massacrar ainda mais um personagem tão insatisfeito com a própria vida, gerando uma outra...), deixaria de vez uma terra árida em que as pessoas vivem de nariz torcido para os filósofos, músicas clássicas e tantas outras coisas que pensamos erroneamente em pertencer a elite.
Pensando bem, se eu fosse o personagem de Denizard eu me matava no berço, assim que mamãe saísse do quarto para buscar a mamadeira eu me enforcava com o cobertorzinho.
Fernando Barros de Assis – Conselheiro Lafaiete – MG.
Crítica sobre o livro Um café com Sartre
Acabei de ler seu livro hoje! E amei! Muito bom mesmo. É daqueles que você fica fora de casa o dia inteiro e quando chega, a primeira coisa que quer fazer é retomar a leitura. Fora a realidade que os personagens passam, como se andando pela Leitura eu pudesse esbarrar no Mateo ou naquele apartamento em BH morasse mesmo a Sabina com o Pacato. Cada cena muito bem descrita, enfim, completo. Também gostei de saber que a Sabina e o David também tinham dificuldade com Sartre, porque eu tô achando ele bem complexo. O final é sensacional, não esperava por um desfecho assim, quando li as perguntas de Sabina naquele momento tão bom e íntimo no apartamento de Mateo: "A moça da tiara no cabelo existe?", "Quem é Luiza?", "Quem é David?", fiquei muito surpresa e ansiei pra ler que por fim ela não mais o respondia. E lá estava escrito "Resposta Nenhuma. -Sabina, por que o silêncio?". Adorei! Lembrou-me O Mundo de Sofia, e aquele paralelo que faz até nós nos questionarmos se realmente estamos escrevendo ou sendo escritos. Então, muito obrigada pelo presente que me proporcionou bons momentos de leitura. Amanda Guimarães – Conselheiro Lafaiete - MG.
Gostaria de poder compartilhar as impressões que me foram sugeridas lendo seu trabalho A Queda. Devo dizer que realmente gostei da discussão, o professor de filosofia Gregório Mendes, que busca, através de algumas sessões particulares de "debates filosóficos", fazer as pessoas refletirem sobre a própria vida, o significado existencial de nossas vidas, para a sociedade. Em particular, a experiência do beijo experimental com sua aluna e admiradora Carla, uma garota especial que com apenas 15 anos de idade é capaz de ter uma visão muito profunda e real da vida, faz com que a existência do próprio filósofo seja impelida a dar uma olhada. Novo rumo, desde que ele começa a se questionar o significado de sua própria vida, aplicando o que defende em seu livro provocativo: Provocações Filosóficas de um Pensador Atualizado comas Coisas do Mundo. Aumentando essa jornada existencial, com o suicídio de Carla, que acaba destruindo todo o baralho de cartas em que se baseia a "razão da vida" do professor de filosofia, e o faz questionar, com frieza, por queele vive e por que se morre. A obra, além de destruir o universo particular do filósofo, convida o leitor a fazeras mesmas reflexões, com as quais temos um trabalho com alto grau de empatia em relação ao leitor. Anna Formentí – Grupo Editorial Europa – Madri – Espanha.
Meu caro Marcelo! Gostei muito do livro Corda Sobre o Abismo. Denizard Dias, personagem que me fez refletir bastante sobre suas conversas, através de sonhos, com escritores ilustres. Como foi bonito o "encontro" dele com o Lima Barreto! Por causa disso, estou lendo, pela segunda vez, Triste Fim de Policarpo Quaresma. Se tivesse o privilégio de sonhar com esse excelente autor perguntaria a ele se é verdade que Ricardo Coração dos Outros é uma personagem de Catulo da Paixão Cearense. Valeu, Marcelo! O livro faz a gente viajar, além de estimular a leitura e, no meu caso, a releitura. Jorge Tavares – Ouro Branco – MG.
Ser intelectual neste exato momento não é tarefa fácil. Na verdade exige até certo nível de heroísmo. As maiorias que denominam a si mesmas "opinião pública" caminham para deixar também a cargo da emoção o que precisaria de um toque de lógica, logo, ser intelectual exige musculatura extra para nadar contra a correnteza. Alguns intelectuais podem vir a aceitar o desafio e retirar-se para o alto da montanha a fim de ir ter com Zaratustra (personagem de Nietzsche). No entanto, ao regressarem podem deparar-se com a situação de terem se transformado em estrangeiros completos, pois o passo da mudança cultural é ditado por entidades que têm acesso irrestrito à "opinião pública", e está acelerado de tal modo que da adesão a este passo pode-se dizer "ame-o ou deixe-o". Assim faz Denizard Dias, personagem principal de Corda sobre o abismo. Ser um estrangeiro pode até ser divertido e reconfortante para alguns espíritos, mas pode desnortear outros de maneira a fazê-los meter bala em alguém por um simples dia de calor (como Mersault, personagem de Camus em O Estrangeiro). Por isso, alguns podem preferir a aposentadoria da massa encefálica. Àqueles que optam por tal aposentadoria apresenta-se um incentivo e sobra um prêmio: a transição será indolor e depois de terminada, eles serão finalmente reconhecidos como iguais, como irmãos. É necessário salientar que a natureza crítica de outrora não se dá por vencida, porém agora tem foco mais objetivo, mensurável, visível. Passa-se a julgar os irmãos por seu nível de diferença com o protagonista. Passa-se a julgar idiota não aqueles que pensam errado, mas aqueles que não pensam na condição de irmãos. E tem prosseguimento o círculo vicioso de massificação, produzindo “Cândidos” (alusão ao personagem voltairiano) contemporâneos a partir de uma matriz global. O intelectual derrotado (é revelador observar a queda de Denizard), no entanto poderá ainda olhar com superioridade para aqueles que antes eram seus pares, e com ar de vingança cumprida para a própria vida, afinal, ele sim, o ignorante, é feliz. É feliz porque ignora sua própria condição. E em sua última nesga de racionalidade conclui satisfeito que atingiu tal condição por seu próprio poder de escolha. E abandona raciocínios tão fúteis, pois já vai começar o jogo. Felipe Martins Melo – Praga – República Tcheca
Meu comentário sobre o livro Pimenta, Sal & Alho. É um livro quente com textos picantes. Quando li algumas passagens senti calores. Apesar de o autor afirmar que estas crônicas tiveram intuito de "irritar” numa passagem do prólogo, na minha visão do livro consegui colocar uma pitada de açúcar. Na minha visão, críticas são um apelo para mudanças! Lendo com mais profundidade me senti criticada, mas não ofendida e sim com vontade de mudar. Sair da mesmice confortável que nós mesmos nos colocamos. MPR, sei que você não gosta que confundam seus textos com autoajuda, não estou fazendo isso. Apenas expressando meus sentimentos em relação ao livro. Adorei Pimenta, sal & alho. Refleti sobre suas crônicas, concordei, discordei, enfim, me diverti de verdade! Na minha visão "Pimenta, sal & alho com uma pitada de açúcar." A vida fica mais gostosa. Um grande abraço para um dos meus autores favoritos. Maria Helena - Conselheiro Lafaiete - MG.
Marcelo Pereira Rodrigues (MPR) publicou seu primeiro romance no ano de 2004. Em 2006, lançou Um café com Sartre, que trouxe personagens densas, exemplos vivos das questões existencialistas e filosóficas propostas pelo autor. A trajetória de Mateo, Sabina e David culmina em um desfecho surpreendente, mas que também levanta interessantes ideias sobre a relação de um escritor com sua obra, e a inserção necessária para que se criem personagens com vidas e personalidades únicas. Durante o enredo, a cidade de Belo Horizonte também atua como parte da trama, entrelaçando caminhos e conferindo verossimilhança à obra, assim como os trechos musicais citados no decorrer do livro. É justamente esse clima urbano, mas ao mesmo tempo íntimo, que dá tom para toda a história. Se o trio de protagonistas é tão intimamente identificável e pode refletir experiências dos próprios leitores, a ambientação do livro e o clima, verdadeiramente, de um café, dão mais um passo para aproximar o leitor do texto. Sete anos depois, MPR publica Corda Sobre o Abismo, desta vez usando a cidade de São Paulo como partitura para ditar o ritmo da narrativa. A possibilidade da leitura rápida nos envolve em uma constante onda de questionamentos, que podem ser aprofundados introspectivamente, e cria um espelho entre os acontecimentos e reviravoltas na vida de Denizard, e os seus mais íntimos preconceitos e ideias. O tom crítico é constante, e aqui, podemos convergir as análises de Um Café com Sartre e de Corda Sobre o Abismo, passando assim a avaliar a obra de MPR a partir dos traços que lhe são característicos. Se por um lado o leitor pode encarar os livros como uma narrativa, apenas - já que as obras são acessíveis - elas estariam assim, sendo subutilizadas. O leitor que traz para si próprio os questionamentos propostos nos livros pode exercer um catártico exercício de colocar-se à frente de um espelho, pensando sobre si mesmo, e sua relação com o mundo. Tanto Mateo quanto Denizard carregam certos (pré?) conceitos possivelmente condenáveis quanto ao mundo que os cerca, mas não é comum que nós também o façamos? A relação que temos com nossos ambientes, com nossas cidades e pessoas próximas não reflete bem nossos posicionamentos psicológicos e filosóficos? As tramas não culminam, então, na mensagem de que nossa maneira de encarar o mundo e nos relacionarmos com ele (existência), definem o nosso "ser" (essência)? Portanto, encontramo-nos, como seres e leitores, entre as linhas de uma introspecção filosófica, e uma caminhada dionisíaca pela vida. Nathália Pereira - Belo Horizonte - MG.
O livro Corda Sobre O Abismo foi diferente do que eu esperava para ele. O ponto que mais me agradou foi o personagem principal, Denizard, que de modo afiado critica tudo e todos ao seu redor. Se você levar ao pé da letra o fato de que ele é um professor de Filosofia em um romance filosófico, achará que o livro se tornará maçante pelas sempre reflexões profundas sobre todas as coisas. Mas, ao contrário disso, como uma ótima surpresa, o livro se desenvolve de uma forma cômica e inteligente, instigando o leitor à junto com Denizard, pensar sobre os acontecimentos mais que estranhos que estão pipocando ao passar das páginas. O modo como a história se desenvolve é fora do padrão. De certo modo, mesmo com o pequeno comentário do autor sobre Birdman e uma explicação sobre o fato que levou nosso protagonista a ficar famoso, era certo que eu deveria no mínimo ter uma ideia sobre o que sucederia com o professor. Mas, isso não aconteceu. Na verdade, eu pensei que havia acontecido uma coisa, quando na verdade acontecera outra. Esse tipo de surpresa quanto ao enredo fez borbulhar as expectativas sobre o que mais eu poderia esperar até os atos finais, que também não me decepcionou. O fechamento do livro foi tão bom quanto toda sua história, mantendo-se no padrão e sem cair de nível. Eu queria falar sobre o livro e contar as divertidas tiradas de Denizard sobre os fatos que se sucederam àquela bebedeira. Mas na minha concepção, acredito que seria um baita spoiler. Então, para finalizar eu digo: se você nunca leu um romance filosófico Corda Sobre O Abismo é uma obra excelente para começar. O livro é leve, ágil e você consegue ler sem esforço nenhum em uma tarde. Foi uma surpresa agradável que deixou minha mente mais enriquecida e pensativa. Jessica Rabelo – São Luís – MA.
Em seu romance A Queda Marcelo Pereira Rodrigues nos dá a chance de conhecer diversos personagens, com "rótulos" diferentes e uma pessoa em comum entre eles, Gregório. O professor Gregório lança seu livro, recebe pessoas com personalidades distintas e no decorrer da trama relaciona-se com cada uma delas. Um livro de leitura entendível, cativante e muito profundo, entre as 362 páginas eu sorri, chorei, questionei e problematizei: "Por que isso é assim?". Se você busca respostas, está lendo o romance errado, você encontrará questionamentos. Questionará abundantemente. Como já dizia Platão: "Uma vida não questionada, não merece ser vivida". Com a abordagem de assuntos problematizadores como: estupro, vícios, suicídio, consumismo acompanhado do desejo de status social, exposição virtual excessiva, religião, homoafetividade, entre outros, Marcelo nos brinda com situações comuns de identificarmos em nosso dia a dia e que muitas vezes é mais fácil "escondermos" do que enfrentarmos a dura realidade. Uma crítica a esses tipos de caricaturas, ao vazio das pessoas e a atenção que as mesmas merecem ou pelo menos acreditam necessitarem. O desfecho da trama nos surpreende com a última reflexão de Gregório acerca de sua fria racionalidade (pág. 356). Fazendo-o perceber - e a nós leitores também - que antes de saber qual o sentido da vida é necessário viver intensamente, sobretudo com amor, sentimento que é vivido de forma intensa nas últimas páginas do romance. Vale ressaltar uma frase de Santo Agostinho: "A medida de amar é amar sem medida". Ana Maria Vieira Ferreira – Conselheiro Lafaiete – MG.
A Queda - Marcelo Pereira Rodrigues Qual é o sentido da vida para você? Com esta pergunta abrem-se as várias discussões que este livro propõe. No lançamento do livro do professor Gregório, somos apresentados a alguns dos principais personagens da trama. Tipos, eu diria, peculiares. Pessoas comuns, cujas características são encontradas por aí em vários níveis de intensidade (sim, encontrei algumas em mim também!). Com alfinetadas a cada capítulo (elas podem incomodar), surgem as perguntas que nos fazem pensar... A análise da sociedade como um todo é inevitável através das vidas expostas na trama. Como as coisas podem ser desta forma? Onde vamos parar desse jeito?! Talvez sejam necessárias algumas quedas. Começando com a mais importante e talvez a mais difícil: o "cair em si", saindo do pensamento comum, e começando a pensar com a própria cabeça. Recomendo a vocês a leitura deste livro! Um romance filosófico de leitura fluida, que de uma maneira simples e direta debate temas corriqueiros mas necessários, primando pelo respeito às opiniões e ao mesmo tempo nos sugerindo um novo ponto de vista para reflexão. Vamos abrir a cabeça! Boas leituras! Lorena Lorrane Coimbra – Barbacena – MG.
CRÍTICA!
Amigo Marcelo,
Parabéns pela Live Bastidores da Revista Conhece-te, que você conduziu de forma brilhante, deixando à vontade os participantes, articulistas da Revista, um dos maiores veículos filosóficos e culturais do País.
Não me foi possível aceitar o seu gentil convite para participar da live, mas senti uma alegria imensa pela oportunidade de conhecer melhor os colegas articulistas, Leandro, Raquel, o Professor José Maurício e ouvir
o seu diálogo com Diogo Vieira, criador da revista eletrônica “O Barrete”, na cidade do Porto, em Portugal, da qual você é articulista. E, ainda, Weber Dornelas, que com magistral competência e sensibilidade, ilustra nossas páginas na Revista Conhece-te.
Parabenizo você, Marcelo, e a todos os participantes da live, em seu final abrilhantada pela inesperada e espontânea participação do pequeno Dante.
Elizabete Rodrigues Pereira Chaves - articulista fixa desta.
Escritor, Editor da Revista Conhece-te, Agente Literário & Palestrante
www.marcelopereirarodrigues.com.br
www.revistaconhecete.com.br
55 (31) 98569-3602 (também Whatsapp)
55 (31) 98218-5456
55 (31) 99231-1998
2ª-Edição-de-O-Filósofo-Idiota-é-lançada